Projeto do governo Lula (PT) trará aporte financeiro direto para trabalhador assalariado. Bolsonaristas não tiveram como se opor à iniciativa e votaram “sim” a contragosto

Créditos: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A partir de 1º de janeiro de 2026, milhões de brasileiros com carteira assinada e aposentados terão um alívio no bolso com a nova reforma do Imposto de Renda, aprovada nesta quarta-feira (1º) pela Câmara dos Deputados. A proposta, que ainda depende do aval do Senado, prevê a isenção total do IR para quem recebe até R$ 5.000 por mês, além de descontos graduais para salários entre R$ 5.000,01 e R$ 7.350. A medida também se aplica ao 13º salário, garantindo benefícios adicionais a trabalhadores e aposentados.
A reforma estabelece que pessoas com renda mensal de até R$ 5.000 estarão livres do pagamento do imposto na fonte, o que representa um ganho mensal expressivo. Para aqueles com salários na faixa intermediária, de R$ 5.000,01 a R$ 7.350, haverá uma redução progressiva do imposto, calculada por uma fórmula específica: R$ 978,62 menos o resultado de 0,133145 multiplicado pela renda tributável mensal. Quanto maior o salário dentro dessa faixa, menor será o desconto aplicado. Acima de R$ 7.350, não haverá qualquer alívio no imposto.
A nova regra beneficia especialmente os trabalhadores assalariados e aposentados, mas com algumas particularidades. Para os trabalhadores com carteira assinada, o cálculo do IR considera o salário bruto menos a contribuição ao INSS. Já para os aposentados, que não têm desconto previdenciário, o impacto da isenção é ainda mais direto, mantendo os valores integrais da redução. Segundo estimativas da Confirp, o cálculo simplificado mostra que, para quem ganha até R$ 5.697,17, considerar o desconto do INSS pode ser mais vantajoso.
A tabela elaborada pela Confirp detalha o impacto financeiro da medida. Para quem ganha até R$ 5.000, o ganho mensal com a isenção pode chegar a R$ 312,89, valor que, somado ao longo do ano e incluindo o 13º salário, resulta em um alívio significativo no orçamento. A proposta não altera a tabela geral do IR, mas define como será feita a redução do imposto para as faixas contempladas, mantendo a isenção já existente para rendas de até R$ 3.036, equivalente a dois salários mínimos.
A aprovação do projeto, que contou com apoio até de parlamentares bolsonaristas, reflete a dificuldade de se opor a uma medida que beneficia diretamente a população. Com a possibilidade de aumentar a renda disponível de milhões de brasileiros, a reforma é vista como uma das principais apostas do governo Lula para impulsionar o consumo e aliviar a pressão financeira sobre a classe média e os trabalhadores de menor renda. Caso aprovada no Senado, a medida promete trazer um impacto positivo já a partir de 2026.
Fonte: https://revistaforum.com.br