"Mídia já se movimenta para enfrentar Lula em 2026", afirma Lalo


Para o professor, o ajuste editorial de veículos como a Globo é parte do cenário pré-eleitoral: “Eles estão calibrando onde vão jogar suas fichas"

(Foto: Reprodução)

247 - Durante participação no programa Brasil Agora, da TV 247, o professor aponsentado da ECA/USP e sociólogo Laurindo Lalo Leal analisou as recentes movimentações da mídia corporativa brasileira como parte de uma disputa clara para definir uma alternativa que possa enfrentar o presidente Lula nas eleições de 2026.

Lalo destacou que a saída de jornalistas importantes de veículos como a GloboNews reflete um reposicionamento editorial que acompanha o cenário político nacional.

“Há quase duas décadas tentam encontrar uma alternativa para o presidente Lula. É inconcebível para setores da elite que um operário sem diploma universitário governe o país. É uma questão de classe”, afirmou Lalo, explicando que o antagonismo não é apenas político, mas profundamente ligado aos interesses das classes dominantes e suas representações na grande mídia.

Leal apontou que os grandes veículos realizam pesquisas com o público para avaliar o perfil dos jornalistas, e que isso tem resultado na substituição de profissionais considerados “mais à esquerda” por outros alinhados a uma linha editorial que busque uma oposição mais eficaz a Lula.

“A saída de jornalistas como Daniela Lima foi motivada por uma pesquisa que mostrou uma tendência mais à esquerda nos comentários, e isso é algo inédito, onde o jornalista é tratado como um ator de novela, avaliado pela audiência”, explicou.

O sociólogo também avaliou que há um esforço constante da mídia para encontrar um candidato viável capaz de enfrentar Lula, citando o governador Tarcísio de Freitas como uma aposta que, até agora, não se mostrou politicamente competente. “Eles estão calibrando onde vão jogar suas fichas, mas ainda não encontraram um nome que represente os interesses dessas corporações”, disse.

Conselhão

Lalo Leal falou sobre sua posse no Conselho de Desenvolvimento Econômico Social Sustentável, o “Conselhão”, órgão criado no primeiro governo Lula para subsidiar a Presidência da República com análises e propostas de políticas públicas. Ele destacou a importância do Conselho para a democracia e revelou que pretende trabalhar no grupo voltado para democracia e direitos humanos, incluindo a comunicação pública como tema central.

“A comunicação em si, como projeto político de governo, nunca apareceu ao longo da história do Conselhão. Quero propor um projeto nacional de comunicação pública e governamental, que integre TV, rádio e internet, para atingir todas as regiões do país”, explicou.

O professor criticou a falta de visão integrada da comunicação pública no Brasil e ressaltou que, apesar do avanço das redes digitais, rádio e TV ainda são fontes primárias de informação para grande parte da população, especialmente em regiões como a Amazônia. Segundo ele, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) tem um papel fundamental, mas precisa ampliar e agilizar a distribuição do seu conteúdo em formatos compatíveis com a internet e outros meios.

Por brasil247.com
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