Presidente manifesta preocupação com conflito entre Israel e Irã e afirma que mundo deveria priorizar a transição energética e o combate à miséria

Lula chega ao Canadá para reunião do G7 (Foto: Ricardo Stuckert)
247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desembarcou na noite desta segunda-feira (16) no Canadá para participar da cúpula ampliada do G7, manifestando forte preocupação com o acirramento do conflito entre Israel e Irã. “Qualquer conflito me preocupa. Sou um homem que nasceu para a paz. Então, em um momento em que o mundo está precisando de muito recurso para a transição energética, para combater a miséria no mundo, você ver dinheiro sendo gasto com conflito, obviamente me incomoda profundamente. E é isso que quero falar um pouco amanhã”, afirmou Lula, indicando que pretende abordar o tema em seu discurso na sessão desta terça-feira, segundo reportagem da Folha de S. Paulo.
Embora tenha sido questionado, Lula evitou comentar diretamente a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de deixar o Canadá antes do previsto e retornar a Washington diante da escalada de tensão no Oriente Médio. Trump também determinou a evacuação da embaixada americana em Teerã na segunda-feira.
G7 sob tensão internacional
O G7 reúne as sete economias mais desenvolvidas do mundo: Canadá (anfitrião), Estados Unidos, Reino Unido, França, Alemanha, Itália e Japão. A União Europeia também participa do grupo. O Brasil foi convidado para a reunião ampliada, ao lado de outras economias estratégicas como África do Sul, Austrália, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, Índia e México.
Durante a chegada ao evento, Lula foi questionado sobre declarações de Trump que defendiam a volta da Rússia ao G7. O país foi suspenso em 2014 após a anexação da Crimeia. Lula respondeu minimizando a relevância do bloco em relação ao G20, grupo que reúne as principais economias do mundo e inclui países em desenvolvimento.
“No fundo, depois do G20, não há nem necessidade de existir o G7. O G20 é mais representante. Agora, é uma questão cultural isso. [O G7] existe desde 1975, desde a crise do petróleo. Os primos ricos se reúnem, mas eles estão no G20. Acho que o G20 tem mais importância, densidade humana”, afirmou o presidente brasileiro. “De qualquer forma, sou convidado desde que fui eleito em 2003 e eu participo para não dizer que eu recuso a festa dos ricos.”
Diplomacia ativa e reuniões bilaterais
Além de discursar na plenária ampliada do G7, Lula aceitou participar de uma reunião bilateral com o presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski. Os detalhes do encontro ainda estão sendo definidos. Lula também tem agendas previstas com o primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney, e com o chanceler da Alemanha, Friederich Merz.
Há expectativa de outras reuniões com representantes da Comissão Europeia e do Conselho da União Europeia, além de uma possível bilateral com a Coreia do Sul.
A presença de Lula no G7 reforça o papel do Brasil como interlocutor em fóruns multilaterais, ainda que com críticas à exclusividade e à natureza restrita do grupo. A defesa da paz e da cooperação para o desenvolvimento humano e ambiental voltam a marcar o posicionamento do Brasil diante das potências globais.
Por: brasil247.com