Ao falar sobre ferrovia que passará pelo Acre, Simone Tebet diz que projeto ‘impactará diretamente regiões do Norte’



Com informações do Ministério do Planejamento 14 Mai 2025

“Seu efeito sobre o desenvolvimento é comparável ao que uma reforma tributária provocaria nas indústrias do Sul e Sudeste”, afirma a ministra

Em viagem à China, integrando a comitiva do governo brasileiro, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, ressaltou o interesse dos chineses em construir a ferrovia bioceânica, que ligará Ilhéus, na Bahia, ao Porto de Chancay, na costa peruana.

Ela revelou que o trajeto da ferrovia passará por regiões-chave do agronegócio brasileiro, incluindo o Matopiba, a área de fronteira entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

“Isso representa uma revolução. Quando esse projeto se concretizar, transformaremos todo o cenário econômico do Brasil. Estamos levando desenvolvimento a uma região atualmente considerada a mais rica devido à qualidade de seu solo e agronegócio, mas que carece de infraestrutura”, afirmou Simone Tebet. “O projeto da ferrovia tornará o Brasil muito mais competitivo. É uma mudança radical. Impactará diretamente regiões do Norte, Centro-Oeste, interior do Sudeste e do Nordeste. Seu efeito sobre o desenvolvimento é comparável ao que uma reforma tributária provocaria nas indústrias do Sul e Sudeste”, afirma Simone Tebet.

Ainda de acordo com o Ministério do Planejamento e Orçamento, o traçado da ferrovia está sendo elaborado numa cooperação entre o Planejamento, Casa Civil e os Ministérios dos Transportes e de Portos e Aeroportos.

São três mil quilômetros de conexão

Embora o traçado da ferrovia ainda esteja sendo definido, a intenção é conectar a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), atualmente em execução, com a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), unindo-as ao Peru.

“A China tem interesse, assim como o Peru e o Brasil. O objetivo é garantir segurança jurídica e previsibilidade, assegurando que, independentemente das gestões governamentais, este projeto é um compromisso do Estado brasileiro, com viabilidade econômica clara”, destacou Simone Tebet.

“O plano é, de fato, rasgar o Brasil de leste a oeste”, reitera a ministra. “Quando falamos em 'cortar' o Brasil, estamos tratando de pelo menos 3 mil quilômetros para conectar à ferrovia que a Vale está construindo pela Fico e que liga à Fiol na Bahia. Estamos nessa tarefa há 60 dias e estamos progredindo”, completou Tebet, referindo-se às negociações iniciadas pelo secretário de Articulação Institucional do MPO, João Villaverde, em colaboração com a secretaria especial do Novo PAC, da Casa Civil, e a secretaria nacional de ferrovias, do Ministério dos Transportes.

As tratativas entre os ministérios e a estatal chinesa China State Railway Group incluiram visitas técnicas a Brasília, a Mara Rosa (um ponto de entroncamento entre a FICO e a FIOL, além da Ferrovia Norte-Sul) e ao porto de Santos, em São Paulo.

Projetos ferroviários tendem a ser dispendiosos e demoram para ser concluídos, uma vez que envolvem diversas etapas, desde estudos de viabilidade técnica, ambiental e econômica até a execução das obras. A participação do capital privado – incluindo o internacional – é essencial para a concretização de uma iniciativa dessa magnitude.

“Não há investimento privado nacional suficiente; precisamos de capital estrangeiro. Atualmente, quem possui os recursos necessários é a China, tanto no setor privado quanto no público”, afirmou a ministra Tebet.

Por noticiasdahora.com.br
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