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POLÍTICA

Na estaca zero

PUBLICAÇÃO: 07.10.2011
Dora Kramer, O Estado de S. Paulo
"Nunca estivemos tão perto de aprovar uma reforma política", disse no início desta semana o deputado Henrique Fontana, relator do projeto que 24 horas depois teria sua votação adiada por tempo indeterminado na comissão especial da Câmara que trata do assunto.
Portanto, o Congresso continua longe como sempre de aprovar uma reforma política, a despeito da disposição de deputados e senadores em criar comissões específicas no início da legislatura e do empenho do ex-presidente Lula, que prometeu pegar o touro a unha e, na hora H, não apareceu para prestigiar o ato em defesa da reforma, realizado na ocasião em que o relator manifestou aquela previsão não digamos nem otimista, mas irrealista.
Lula alegou cansaço e fez também circular a versão de que não queria estar em Brasília enquanto líderes partidários estivessem negociando a derrubada ou não de seu veto ao novo sistema de distribuição dos royalties do petróleo, para não constrangê-los.
O fato é que o ex-presidente quis evitar o constrangimento de capitanear um ato esvaziado e de defender uma proposta que reúne contra si a totalidade dos partidos, de governo e de oposição.
A proposta inspira desconfiança por um defeito de origem: foi concebida à imagem e semelhança dos interesses do PT e, assim, era esperado que as outras legendas a descartassem.
Um mérito, porém, tem o relatório de Henrique Fontana: explicita claramente o que pretende o partido.
Interessa-se pelo financiamento público das campanhas eleitorais, a fim também de reforçar a tese da defesa no processo do mensalão de que não houve corrupção e sim crime eleitoral resultante da impossibilidade de arrecadar fundos a não ser por meio de caixa 2, e quer o voto em lista fechada, ainda que admita um sistema misto com metade dos eleitos por votação nominal.
Leia a íntegra em Na estaca zero
POSTADO NO BLOG DO JORNALISTA RICARDO NOBLAT DO GLOBO
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