Polícia conclui buscas em cinco das sete torres do Wang Fuk Court e investiga se reformas com andaimes de bambu contribuíram para a tragédia

Incêndio em prédios de Hong Kong 26/11/2025 (Foto: Tyrone Siu/Reuters)
247 - Subiu para 151 o número de mortos no incêndio de grandes proporções que destruiu parte do conjunto residencial Wang Fuk Court, em Tai Po, Hong Kong. A atualização foi divulgada nesta segunda-feira (1) pela polícia local, após o fim das buscas em cinco das sete torres afetadas. As informações são do Metrópoles.
Além das vítimas fatais, 79 pessoas ficaram feridas e outras 100 continuam desaparecidas, segundo as autoridades chinesas. O incêndio ocorreu em 26 de novembro, atingindo prédios que abrigavam quase 4 mil moradores. De acordo com investigações preliminares, as chamas teriam se espalhado rapidamente pelos andaimes de bambu e redes de náilon utilizados na reforma do complexo — uma prática comum em Hong Kong, mas que levanta questionamentos sobre segurança em obras de grande porte.
Durante coletiva de imprensa, a superintendente-chefe Karen Tsang Shuk-yin, responsável pela unidade de investigação de vítimas, demonstrou forte comoção ao atualizar os números da tragédia. Ela informou que 104 dos mortos já foram identificados, enquanto mais de 30 pessoas seguem sem paradeiro conhecido.
Segundo Tsang, a linha direta criada pela polícia para receber informações sobre desaparecidos recebeu vários relatos de trabalhadores da construção civil que estavam no local no momento do incêndio. “Dois deles faleceram, um está hospitalizado e o terceiro continua desaparecido”, detalhou.
A polícia também confirmou que 13 pessoas foram presas por suspeita de homicídio culposo. As detenções ocorreram após análises preliminares de que falhas graves podem ter contribuído para a propagação do incêndio. O diretor de Polícia Criminal e de Segurança, Joe Chan Tung, afirmou que os detidos têm ligação direta com a obra em andamento no condomínio.
O secretário de Segurança de Hong Kong, Chris Tang, informou que 20 amostras das telas de proteção do edifício foram coletadas para análise, com o objetivo de identificar eventuais irregularidades na instalação. “[Os locais de onde coletamos] as amostras foram em pontos altos, médios e baixos, e não apenas naqueles facilmente acessíveis pela janela”, explicou. Ele ressaltou que bombeiros tiveram de sair pelas janelas para alcançar parte desses materiais.
Enquanto as equipes continuam o trabalho nas duas torres restantes, o governo local enfrenta pressão crescente para explicar como um incêndio em uma área em reforma pôde se transformar na maior tragédia do tipo na cidade em décadas. Autoridades afirmam que novos anúncios e responsabilidades devem ser apresentados nos próximos dias.
Fonte: brasil247.com