Lula se encontra com Trump e anuncia reuniões imediatas "na busca de soluções para tarifas e sanções

Lula classificou encontro com Trump como "ótimo" e anunciou que diplomatas dos dois países se reunirão imediatamente para buscar soluções tanto para o tarifaço quanto para as sanções a autoridades, como a imposta a Alexandre de Moraes e esposa.

Donald Trump e Lula na Malásia.Créditos: Ricardo Stuckert / PR

Os presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e dos EUA, Donald Trump, se reuniram na manhã deste domingo (26) - horário de Brasília - em Kuala Lumpur, na Malásia, para por fim à guerra tarifa desencadeada pelo mandatário estadunidense contra o Brasil, que foi impulsionada pelas narrativas levadas à Casa Branca por Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma organização criminosa que tentou um golpe de Estado.

Pelas redes sociais, Lula classificou como "ótima" a reunião e anunciou encontros imediatos entre as equipes dos dois países para resolução tanto da tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros, quanto das sanções aplicadas ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e a esposa dele, Viviane Barci de Moraes.

"Tive uma ótima reunião com o presidente Trump na tarde [NR.: horário da Malásia] deste domingo, na Malásia. Discutimos de forma franca e construtiva a agenda comercial e econômica bilateral. Acertamos que nossas equipes vão se reunir imediatamente para avançar na busca de soluções para as tarifas e as sanções contra as autoridades brasileiras", escreveu Lula.

Em entrevista logo após o encontro, o chanceler brasileiro Mauro Vieira, afirmou que a reunião foi muito produtiva e que as negociações entre representantes dos dois países vão começar ainda neste domingo.

"O presidente Trump afirmou que dará instruções à sua equipe para que comece um período de negociação bilateral, que deve iniciar-se hoje ainda porque é para tudo ser resolvido em pouco tempo", afirmou Vieira, que participou da reunião ao lado de Lula.

Trump levou para a reunião o secretário de Estado, Marco Rubio, o secretário do Tesouro, Scott Bessent - responsável pelas sanções pela Lei Magnitsky -, e o representante Comercial dos Estados Unidos, Jamieson Lee Greer.

Segundo o governo brasileiro, foram temas da reunião a retirada de tarifaço e da Lei Magnitsky contra o Brasil e brasileiros, além de visitas oficiais dos dois presidentes.
Respeito pelo presidente

Antes da reunião, falando a jornalistas e cinegrafistas que faziam imagens do encontro inédito, Trump ressaltou o respeito ao presidente Lula - diferentemente do comportamento que tem tido em reuniões com outros chefes de Estado para negociar o tarifaço - e exaltou o Brasil.

Ao ser indagado sobre as tarifas, o presidente dos EUA diz que acredita que é "justa" e sinalizou um acordo em breve.

"Eu acho que tudo é justo. Nós temos economias e eu tenho muito respeito pelo seu presidente, como vocês sabem. Tenho muito respeito pelo Brasil. Nós provavelmente vamos trabalhar em alguns acordos. Eles irão - esses caras aqui vão trabalhar nisso. Nós vamos trabalhar em acordos", disse, apontando os assessores.

"Primeiro eu queria dizer que é uma grande honra estar com o presidente do Brasil, é um grande país, um país lindo, grande e acho que eles estão indo muito bem, estão indo muito bem até onde eu sei. E eu acho que nós podemos fazer bons acordos para ambos os países", emendou Trump, ressaltando que "nós faremos acordos".

Lula, por sua vez, foi mais comedido e falou que a imprensa teria boas notícias após a reunião: "antes são só suposições".

"O Brasil tem todo interesse de ter uma relação extraordinária com o Estados Unidos, como o manter o relacionamento humano, não há nenhuma razão para que haja qualquer desavença entre Brasil e Estados Unidos. O que nós temos certeza é que na hora que dois presidentes sentam numa mesa e cada um coloca o seu ponto de vista, os seus problemas, a tendência natural é você encaminhar para um acordo. E eu estou convencido, eu disse antes de chegar aqui, que eu estava otimista com a possibilidade de nós avançarmos, sabe, na manutenção da relação mais civilizada possível entre Brasil e Estados Unidos".

Fonte: revistaforum.com.br
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