Lula defende Brasil de cabeça erguida nas negociações comerciais

Em visita à Malásia, presidente critica medidas protecionistas dos EUA, reafirma compromisso com o comércio justo e volta a denunciar o genocídio em Gaza
25 de outubro de 2025, 05:03 h


Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante cerimônia oficial de boas-vindas no Palácio de Governo (Perdana Putra). Putrajaya – Malásia Foto: Ricardo Stuckert / PR (Foto: Ricardo Stuckert)

247 – Em Kuala Lumpur, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que “andar de cabeça erguida é mais importante do que um prêmio Nobel”, em declaração conjunta com o primeiro-ministro da Malásia, Anwar Ibrahim. A fala ocorreu nesta sexta-feira (25), um dia antes de seu encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e foi interpretada como uma resposta indireta à busca do republicano por reconhecimento internacional. A informação foi divulgada pela CNN Brasil.

Durante o discurso, Lula reforçou sua oposição às medidas protecionistas impostas pela Casa Branca e defendeu um modelo de comércio global baseado em cooperação e igualdade entre as nações. O presidente destacou também o potencial de parceria entre Brasil e Malásia em áreas como energia limpa, tecnologia e agricultura sustentável, ressaltando que o diálogo entre países do Sul Global é essencial para um desenvolvimento equilibrado.

Crítica ao protecionismo e defesa da soberania

O líder brasileiro aproveitou a ocasião para reafirmar que o Brasil não aceitará políticas comerciais que penalizem economias emergentes. Segundo ele, o protecionismo “fere o espírito da solidariedade internacional” e impede o crescimento conjunto das nações.

As declarações ocorreram em meio à expectativa pelo encontro com Donald Trump, que, a bordo do Air Force One, confirmou a reunião e afirmou que um possível alívio nas tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros dependerá “das condições certas”. O encontro deve ser marcado por divergências sobre temas econômicos e ambientais.

Defesa da paz e denúncia do genocídio em Gaza

Lula também abordou questões geopolíticas sensíveis, voltando a classificar como “genocídio” a ofensiva das forças israelenses contra civis palestinos na Faixa de Gaza — mesma definição usada minutos antes por Anwar Ibrahim. “Nenhuma nação pode se calar diante da morte de inocentes”, afirmou o presidente, defendendo uma solução diplomática urgente para o conflito.

Com tom firme e humanista, Lula reafirmou o papel do Brasil como defensor da paz, da soberania dos povos e do diálogo multilateral. Ao longo de sua viagem à Ásia, o presidente tem insistido na necessidade de um mundo multipolar, mais justo e solidário — e de um Brasil que negocia “de cabeça erguida”, sem se submeter a pressões externas.

Fonte: brasil247.com
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