Gladson Cameli articula nova chapa com Mailza e Bocalom e prepara mais uma rasteira em Márcio Bittar, que pode ser abandonado pelo próprio grupo



Os bastidores da política acreana voltaram a ferver com as novas articulações do Palácio Rio Branco. Fontes próximas ao governo confirmam que o governador Gladson Cameli (PP) tem se empenhado pessoalmente para montar uma chapa que una a vice-governadora Mailza Assis (PP) e o prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom (PL), nas eleições de 2026 — deixando de fora o senador Márcio Bittar (PL), um dos antigos aliados do governador.

O movimento é visto por analistas como mais um capítulo da relação conturbada entre Cameli e Bittar. Em 2022, o governador prometeu a Márcia Bittar, ex-esposa do senador, a vaga de vice, mas recuou e surpreendeu o grupo ao escolher Mailza Assis. Agora, o enredo parece se repetir: enquanto Mailza e Bocalom se mostram irredutíveis na intenção de disputar o governo, Gladson busca uma alternativa que evite a divisão do grupo e não facilite a vitória do líder das pesquisas, Alan Rick (Podemos).

A proposta — já confirmada pela própria Mailza Assis — seria uma chapa com Mailza candidata ao governo, Tião Bocalom como vice e Gladson Cameli disputando o Senado, caso não seja impedido judicialmente. O Palácio trabalha para unificar a base e evitar que duas candidaturas ligadas ao governo acabem dividindo os votos e abrindo caminho para a oposição.

Porém, nessa engenharia política, Márcio Bittar foi simplesmente deixado de lado. O senador, que esperava o apoio do governo para concorrer ao Senado, agora vê o espaço se fechar e será obrigado a buscar outro palanque.

O que mais chama atenção é a postura de Tião Bocalom, que sempre foi considerado o principal aliado político de Márcio Bittar no Acre. A adesão do prefeito à chapa costurada por Gladson e Mailza soa como uma traição silenciosa, um gesto de conveniência que sacrifica a fidelidade política em nome da sobrevivência eleitoral.

Além disso, Mailza e Bittar não mantêm boa relação. A vice-governadora, que nunca recebeu apoio público do senador, tem motivos de sobra para não incluí-lo em seus planos. Mesmo com João Paulo Bittar, filho do parlamentar, ocupando um cargo de destaque como presidente da FUNTAC, o senador jamais retribuiu com um gesto político concreto.

O que se desenha é o fim da influência de Márcio Bittar dentro do grupo governista. O senador, que por anos se comportou como o grande articulador da direita acreana, agora colhe os frutos da política de conveniência que ele mesmo ajudou a plantar.

Gladson Cameli repete o roteiro de 2022 e mais uma vez mostra que promessa, em seu vocabulário, é sinônimo de improviso. Bittar, por sua vez, paga o preço da arrogância política e da incapacidade de construir pontes duradouras — inclusive com aqueles que ajudou a eleger.

Enquanto o governador se move para garantir sua sobrevivência eleitoral e Mailza Assis tenta consolidar sua imagem de liderança feminina no estado, o grupo que um dia se apresentou como unido em torno da direita acreana agora se esfarela em disputas pessoais, vaidades e traições políticas.

No fim das contas, a velha máxima da política volta a valer: em tempos de eleição, lealdade é artigo de luxo — e quem acredita em promessa, corre o risco de ficar sem cadeira quando a música parar.

Fonte: https://3dejulhonoticias.com.br/
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