Possíveis composições e alianças para as eleições presidenciais começam a entrar na ordem do dia


Créditos: Ricardo Stuckert / PR
Um partido tradicionalmente dividido e com integrantes que muitas vezes votam junto com o Centrão pode declarar apoio à candidatura do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à reeleição em 2026.
Políticos do MDB, como ministros e governadores alinhados ao governo, creem que esta é uma possibilidade real para a legenda, segundo matéria do jornal O Estado de S. Paulo. Uma eventual composição poderia dar à agremiação um lugar na chapa presidencial.
Dois nomes da sigla aparecem como potenciais candidatos a vice: o ministro dos Transportes, Renan Filho, e o governador do Pará, Helder Barbalho. Um acerto nesse sentido, contudo, dependeria do PSB e de uma eventual candidatura do atual vice-presidente, Geraldo Alckmin, a governador ou senador em São Paulo.
Defensores da neutralidade
Sempre influenciado pelas articulações regionais, o MDB conta com uma ala numerosa que defende a neutralidade, já que essa posição preservaria sua autonomia nos estados. Ao não se vincular a nenhum candidato nacional, o partido conseguiria formar alianças pontuais conforme o contexto local. Mesmo entre os governistas, essa tese não é descartada, especialmente diante do temor de perda de espaço em redutos conservadores.
A decisão final sobre o rumo do MDB será tomada em convenção nacional, com quase 500 votos distribuídos entre delegados regionais e parlamentares. O diretório do Pará, hoje alinhado a Lula, e o de São Paulo, inclinado a alianças com o bolsonarismo, são as duas principais forças internas. Minas Gerais, comandado pelo deputado Newton Cardoso Jr., aparece como fiel da balança.
Poucos presidenciáveis
Desde a redemocratização, o MDB, também como PMSB, só lançou candidatos à Presidência da República em quatro ocasiões: em 1989, com Ulysses Guimarães; em 1994, com Orestes Quércia; em 2018, com Henrique Meirelles; e em 2022, com Simone Tebet.
O partido não se aliou oficialmente a ninguém em 1998, apesar de haver um apoio tácito da maioria a Fernando Henrique Cardoso (PSDB). Em 2002, teve Rita Camata como vice de José Serra (PSDB) e em 2006, não compôs alianças nem lançou candidatos.
Já em 2010 e 2014, o partido se aliou ao PT, com Michel Temer ocupando o lugar de vice de Dilma Rousseff.
Fonte: revistaforum.com.br