Vereador André Kamai escancara manobra do prefeito Bocalom: “aumentar subsídio é aumentar tarifa e enriquecer a Ricco”

Kamai apresentou novo requerimento exigindo que a Prefeitura entregue imediatamente os estudos de impacto e as planilhas de custos que embasam o pedido de aumento do subsídio


A Prefeitura quer enfiar esse aumento goela abaixo da cidade, escondendo informações – Foto: Paulo Murilo

O vereador André Kamai (PT) voltou a denunciar, na tribuna da Câmara Municipal de Rio Branco, o colapso do transporte público da capital e classificou como “cínico” o projeto de lei enviado pela Prefeitura que pretende ampliar o subsídio pago à empresa Ricco Transportes. Para o parlamentar, trata-se de uma manobra para camuflar um novo aumento da tarifa, sem qualquer transparência ou justificativa técnica.

“Estamos falando de uma empresa que já faturou mais de R$ 200 milhões desde que chegou em Rio Branco, sendo mais de R$ 100 milhões apenas de subsídio bancado pelo povo. E o que temos em troca? Ônibus sucateados, linhas cortadas, catracas travadas, plataformas quebradas e trabalhadores em condições precárias”, denunciou Kamai.

O vereador lembrou que a Ricco deve cerca de R$ 4 milhões a uma empresa de Goiânia, dona de 50 ônibus que circulam em Rio Branco, e corre o risco de perder parte da frota. “É um calote em quem alugou os veículos e um calote na população, que paga caro por um serviço vergonhoso”, afirmou.

Empréstimo de R$ 67 milhões feito pela Prefeitura é mais um presente para a Ricco
Recentemente, o vereador também denunciou que o pedido de empréstimo de R$ 67 milhões, encaminhado pelo prefeito Tião Bocalom e aprovado na Câmara para a compra de ônibus, que seria mais uma benesse à empresa Ricco Transportes. Para Kamai, não há qualquer clareza de como a frota seria gerida, já que Rio Branco não possui estrutura pública de manutenção, tampouco um contrato regular com empresas sérias. “Na prática, nós contraímos uma dívida que perdura por 20 anos para, no fim, colocar ônibus novos nas mãos de uma concessionária irregular, que já recebeu mais de R$ 100 milhões em subsídios e continua oferecendo um serviço de péssima qualidade”, criticou.

Kamai classificou a medida como um risco financeiro e político para a cidade, lembrando que outros empréstimos milionários já foram aprovados sem resultados concretos. “Não podemos permitir que a Prefeitura use recursos do povo como moeda de troca para sustentar uma empresa quebrada. Esse empréstimo é mais um capítulo do golpe contra o transporte coletivo e contra a população de Rio Branco”, concluiu.

Falta transparência e sobra atos suspeitos

Kamai ainda criticou duramente o fato de a gestão do prefeito Tião Bocalom nunca ter atualizado o portal de transparência do transporte coletivo, parado desde 2020. “Não existe estudo tarifário, não existem planilhas, não existe controle público. A Prefeitura quer enfiar esse aumento goela abaixo da cidade, escondendo informações e tratando a população como idiota”, disparou.

Segundo ele, o contrato da Ricco nasceu de forma irregular, com caráter emergencial, e se arrasta há quatro anos sem licitação. “É um contrato mandrake que se sustenta na omissão da Prefeitura. Agora, querem que a Câmara aprove, às cegas, mais milhões para uma empresa que não cumpre suas obrigações mínimas.”

Por fim, Kamai apresentou novo requerimento exigindo que a Prefeitura entregue imediatamente os estudos de impacto e as planilhas de custos que embasam o pedido de aumento do subsídio. “O povo de Rio Branco merece transparência e respeito. Não podemos aceitar que o transporte coletivo continue sendo um poço sem fundo de dinheiro público, sem resultado e sem solução”, concluiu.

Por https://3dejulhonoticias.com.br/
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