Ministério Público precisa apurar viagens do prefeito Bocalom e do senador Márcio Bittar por possível campanha antecipada no Juruá



Prefeito Tião Bocalom e senador Bolsonarista Márcio Bittar – Foto: Reprodução/ Arte Alemão Monteiro

O prefeito de Rio Branco, Tião Bocalom, e o senador Márcio Bittar, ambos aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro, voltaram a aparecer no cenário político do Vale do Juruá em uma movimentação que muitos consideram campanha eleitoral antecipada. A dupla esteve recentemente em Mâncio Lima, onde visitou o Complexo Industrial de Café do Vale do Juruá e parabenizou o ex-deputado estadual Jonas Lima pela condução do projeto.

A presença de Bocalom e Bittar na região, no entanto, gerou duras críticas de lideranças e da população. Para muitos, a postura evidencia uma prática recorrente: só aparecem e buscam proximidade com o povo quando se aproximam as eleições, deixando de lado os problemas enfrentados pela capital e o estado durante o restante do mandato.

Prefeito ausente da capital

Enquanto percorre os municípios do interior, Tião Bocalom é acusado de abandonar Rio Branco, que enfrenta graves problemas de infraestrutura e segurança. Buracos nas ruas, lixo acumulado e a falta de soluções para o transporte público são algumas das reclamações constantes dos moradores da capital. Críticos afirmam que, em vez de resolver as demandas urgentes da cidade, o prefeito tem priorizado articulações políticas em busca de projeção estadual.

Outro ponto que gera questionamentos é a falta de transparência sobre o custeio dessas viagens. Não se sabe se o prefeito está utilizando recursos próprios ou se as despesas são bancadas pelos cofres públicos. Caso haja pagamento de diárias ou uso da máquina administrativa para fins eleitorais, a situação pode configurar irregularidade passível de investigação.

Márcio Bittar: sumiço e reaparecimento estratégico

O senador Márcio Bittar também não escapa das críticas. Durante grande parte do mandato, Bittar é acusado de se afastar das bases eleitorais e de só retornar ao Acre em períodos estratégicos, especialmente quando o calendário eleitoral se aproxima. Moradores e lideranças apontam que o parlamentar tem falhado em apresentar soluções concretas para os problemas do estado, limitando-se a aparições pontuais com forte tom político e eleitoreiro.

Uso político do Complexo de Café

A visita ao Complexo Industrial de Café, embora tenha servido para parabenizar o ex-deputado Jonas Lima pela iniciativa, foi interpretada como mais um ato de autopromoção da dupla. Para críticos, a ação tenta capitalizar um projeto que não foi idealizado nem executado por Bocalom ou Bittar, mas que agora serve de palanque para ambos posarem como apoiadores do desenvolvimento regional.

Cobrança por investigação e posicionamento do Ministério Público

Diante do cenário, cresce a cobrança para que o Ministério Público apure se há uso indevido de recursos públicos nessas viagens e se as ações caracterizam campanha eleitoral antecipada. A população e parte da classe política questionam se o prefeito, eleito para cuidar da capital acreana, pode se ausentar de suas responsabilidades para fazer política em outras regiões do estado.

“Se Bocalom quer ser candidato ao governo, que tenha coragem de assumir isso publicamente e deixe a prefeitura para alguém que queira trabalhar por Rio Branco. A cidade está abandonada”, desabafa um morador ouvido pela reportagem do 3 de Julho Notícias.

Enquanto isso, Rio Branco segue convivendo com problemas que se acumulam e um prefeito cada vez mais distante do dia a dia da população, enquanto percorre o interior ao lado de um senador que, para muitos, lembra do Acre apenas em ano de eleição.

Por https://3dejulhonoticias.com.br/
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