Após a França, Reino Unido dá ultimato a Israel e anuncia que vai reconhecer Estado da Palestina

Decisão histórica amplia isolamento de Israel diante do genocídio em Gaza e pressiona Netanyahu a aceitar cessar-fogo e ajuda humanitária

primeiro-ministro britânico Keir Starmer.Créditos: TOBY MELVILLE / POOL / AFP

O Reino Unido anunciou nesta terça-feira (29) que reconhecerá o Estado da Palestina até setembro, caso Israel não tome medidas concretas para pôr fim ao massacre em Gaza. A decisão, anunciada pelo primeiro-ministro Keir Starmer, segue o passo da França e pressiona Benjamin Netanyahu a aceitar um cessar-fogo e permitir ajuda humanitária ao território palestino, onde a ONU denuncia o uso da fome como arma de guerra.

“Posso confirmar que o Reino Unido reconhecerá o Estado da Palestina antes da Assembleia Geral das Nações Unidas, em setembro, a menos que o governo israelense tome medidas substanciais para acabar com a situação terrível em Gaza”, declarou Starmer, em Londres.

O premiê britânico fez o apelo diante da escalada do genocídio promovido por Israel.

“Em Gaza, devido a uma falha catastrófica na ajuda humanitária, vemos bebês famintos, crianças fracas demais para se manterem em pé, imagens que permanecerão conosco por toda a vida. O sofrimento precisa acabar”.

Pressão internacional cresce contra Israel

As exigências de Londres incluem:Um cessar-fogo imediato;
Compromisso com a solução de dois Estados e uma paz duradoura;
Permissão para que a ONU retome o fornecimento de ajuda humanitária;
Garantia de que não haverá anexações na Cisjordânia.

O governo britânico também cobrou do Hamas a libertação de todos os reféns e a desmilitarização do grupo. Starmer destacou ter conversado com Netanyahu e afirmado que “a situação em Gaza é intolerável”. Já Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, comemorou o anúncio de Londres.

A decisão ocorre dias após Emmanuel Macron anunciar que a França reconhecerá a Palestina na ONU, no mesmo prazo. Se confirmados, ambos os movimentos representarão uma ruptura histórica: França e Reino Unido seriam as primeiras potências ocidentais a dar esse passo, aumentando a pressão internacional contra Israel e os Estados Unidos, cada vez mais isolados diante das denúncias de crimes de guerra.
Mais de 60 mil mortos em Gaza: ONU denuncia uso da fome como arma

A resposta de Tel Aviv veio com ataques verbais. Netanyahu acusou Starmer de “recompensar o terrorismo monstruoso do Hamas e punir suas vítimas” e disse que um “Estado jihadista na fronteira com Israel HOJE será uma ameaça para o Reino Unido AMANHÔ.

Enquanto isso, a crise humanitária se agrava. A ONU confirma que mais de 60 mil palestinos foram mortos desde outubro de 2023, quando o Hamas atacou Israel, matando 1,2 mil pessoas. Relatórios mostram crianças em estado de desnutrição extrema e bloqueios israelenses impedindo a entrada de alimentos e medicamentos. Até Donald Trump, aliado de Netanyahu, admitiu publicamente a fome em Gaza.

Com mais de 140 países já reconhecendo a Palestina, cresce a pressão para que Israel interrompa os ataques e aceite negociações.

Fonte: https://revistaforum.com.br/
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