
A Prefeitura de Tarauacá, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA), deu início neste sábado (17) à ação “Tarauacá + Saúde – Atendimento Exclusivo para Pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA)”. A iniciativa, realizada na Escola Municipal José Augusto de Araújo, atraiu dezenas de famílias em busca de atendimento especializado.
A vice-prefeita Marilete Vitorino ressaltou o impacto positivo da iniciativa, destacando o compromisso da gestão municipal com a inclusão e o acesso à saúde especializada.
“Essa ação representa um avanço significativo na atenção às pessoas com TEA e suas famílias. Estamos trabalhando para garantir que todos tenham acesso a um atendimento digno, humanizado e de qualidade”

O prefeito Rodrigo Damasceno, que cumpria uma extensa agenda na capital Rio Branco, chegou ao município neste sábado (17) e, à tarde, acompanhou de perto as atividades da ação de saúde na Escola José Augusto.
O prefeito enfatizou a relevância do atendimento multidisciplinar e a necessidade de ampliar o suporte especializado.
“Nosso objetivo é oferecer um serviço completo, com profissionais capacitados para atender às necessidades específicas de cada paciente. A presença de especialistas em um único espaço facilita o diagnóstico e o acompanhamento, garantindo mais qualidade de vida para essas famílias. Agradecemos ao Senador Alan Rick pela a emenda de 3 milhões, que foi crucial para garantir o atendimento as pessoas de TEA”
Já a Secretária de Saúde, Jara Isva Barbosa, comemorou o sucesso da iniciativa e reforçou o acolhimento oferecido às famílias.
“É com muita alegria que realizamos nosso primeiro mutirão de atendimento multidisciplinar. Sintam-se acolhidos pela nossa equipe. Esta é uma iniciativa da Prefeitura de Tarauacá, em parceria com as demais secretarias, reforçando nosso compromisso com a saúde e o bem-estar da população”
Atendimento Multidisciplinar e Impacto na Comunidade
Desde as primeiras horas, a escola se transformou em um polo de cuidados, com profissionais de terapia ocupacional, neuropsicologia, fisioterapia, fonoaudiologia, psicologia e neuropediatria realizando triagens e consultas. A presença de diversos especialistas em um único espaço foi um dos pontos mais elogiados pelos pais.
A ação, promovida em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, visa oferecer suporte integral às pessoas com TEA e suas famílias, reduzindo barreiras de acesso a serviços essenciais. A expectativa é que, ao longo dos dois dias, centenas de atendimentos sejam realizados, marcando um avanço significativo na atenção à saúde e inclusão em Tarauacá.
Os serviços continuam neste domingo (18), no mesmo local, durante todo o dia, reforçando o compromisso da gestão municipal com a promoção da saúde e do bem-estar da população.
detalhes sobre TEA
Transtorno do Espectro Autista (TEA): Detalhes e Características :
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição neurodesenvolvimental que afeta a comunicação, o comportamento e a interação social de maneiras variadas. Ele é chamado de "espectro" porque os sintomas e a intensidade variam amplamente entre os indivíduos, indo de formas leves a mais severas. Abaixo, informações detalhadas sobre o TEA.
Características Principais do TEA
O TEA é geralmente identificado por dois grandes grupos de características, conforme critérios diagnósticos (como o DSM-5):
Dificuldades na Comunicação e Interação Social:
Desafios em compreender ou responder a pistas sociais, como expressões faciais, tom de voz ou gestos.
Dificuldade em iniciar ou manter conversas, podendo preferir interações solitárias ou com temas específicos.
Comportamentos sociais atípicos, como evitar contato visual ou ter dificuldade em formar amizades.
Padrões Restritivos e Repetitivos de Comportamento:
Interesses intensos e restritos, como fixação em determinados temas, objetos ou atividades.
Comportamentos repetitivos, como balançar o corpo, agitar as mãos ou repetir palavras/frases (ecolalia).
Rigidez a mudanças, com dificuldade em adaptar-se a novas rotinas ou ambientes.
Sensibilidade sensorial, como aversão a sons altos, texturas específicas ou, ao contrário, busca por estímulos sensoriais intensos.
Diagnóstico
Idade de Identificação: O TEA pode ser diagnosticado a partir dos 2 anos, mas sinais podem ser notados mais cedo. Em alguns casos, o diagnóstico ocorre na adolescência ou vida adulta, especialmente em formas mais leves.
Profissionais Envolvidos: O diagnóstico é feito por uma equipe multidisciplinar, que pode incluir neuropediatras, psicólogos, fonoaudiólogos, neuropsicólogos e terapeutas ocupacionais. Avaliações observam o comportamento, histórico familiar e desenvolvimento da criança.
Importância do Diagnóstico Precoce: Identificar o TEA cedo permite intervenções que melhoram a qualidade de vida, como terapias comportamentais e educacionais.
Causas e Fatores de Risco
Genética: Há forte influência genética, com mutações ou combinações de genes associados ao TEA. Irmãos de pessoas com TEA têm maior probabilidade de apresentar a condição.
Fatores Ambientais: Exposição a certas condições pré-natais, como infecções maternas ou complicações durante a gravidez, pode aumentar o risco, mas não é a causa principal.
Mitos: O TEA não é causado por vacinas, estilo de criação ou fatores psicológicos dos pais. Esses mitos já foram desmentidos por estudos científicos.
Prevalência
Estima-se que o TEA afete cerca de 1 a 2% da população mundial, com maior prevalência em meninos (razão de aproximadamente 4:1 em relação às meninas).
No Brasil, não há dados precisos, mas a inclusão de pessoas com TEA em políticas públicas tem aumentado, como a ação mencionada em Tarauacá.
Intervenções e Suporte
O TEA não tem cura, mas intervenções adequadas podem melhorar significativamente a qualidade de vida. As abordagens mais comuns incluem:
Terapias Comportamentais:
Análise do Comportamento Aplicada (ABA): Foca no reforço de comportamentos positivos e na redução de comportamentos desafiadores.
Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda em casos de ansiedade ou regulação emocional, comum em pessoas com TEA.
Terapias Especializadas:
Fonoaudiologia: Auxilia na comunicação verbal e não verbal.
Terapia Ocupacional: Trabalha habilidades motoras, integração sensorial e autonomia.
Fisioterapia: Pode ser usada para questões motoras ou de coordenação.
Psicologia: Apoia questões emocionais e sociais, tanto para a pessoa com TEA quanto para a família.
Educação Inclusiva:
Planos educacionais individualizados (como o PEI) ajudam a adaptar o ensino às necessidades da criança.
Professores e mediadores escolares capacitados são essenciais.
Apoio Familiar:
Ações como a de Tarauacá, que reúnem especialistas, ajudam famílias a acessar serviços e orientação.
Grupos de apoio e redes comunitárias também são fundamentais para compartilhar experiências e reduzir o isolamento.
Desafios e Inclusão
Estigma: Muitas pessoas com TEA enfrentam preconceito por comportamentos atípicos. Campanhas de conscientização, como o Dia Mundial do Autismo (2 de abril), buscam mudar essa realidade.
Acessibilidade: Em regiões como Tarauacá, ações locais são cruciais, pois o acesso a especialistas é limitado em áreas remotas.
Vida Adulta: Pessoas com TEA podem levar vidas independentes, mas muitas precisam de suporte contínuo para trabalho, moradia e socialização.





Fotos: Raimundo/SECOM