
A taxa de desemprego do Acre, no primeiro trimestre de 2025, foi de 8,2%. Houve uma queda de 0,7 ponto percentual em relação ao mesmo período de 2024 (8,9%). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) Trimestral, divulgada no dia 16/05 pelo IBGE. Vamos analisar alguns dados da força de trabalho do Acre, encontrados pela pesquisa, lembrando que a comparação será entre os primeiros trimestres de 2024 e de 2025.
No primeiro trimestre de 2025, 25 mil pessoas entraram no mercado de trabalho — exatamente o mesmo número de pessoas que conseguiram ocupação. Portanto, o aumento de 7,3% na força de trabalho acreana foi plenamente absorvido pelo mercado, refletido no crescimento da população ocupada, que aumentou mais de 8%. Em ambos os períodos, o número de desocupados permaneceu em 30 mil trabalhadores que não conseguiram emprego ao longo de um ano. Na tabela abaixo, destacam-se os dados completos da força de trabalho, da ocupação e do desemprego no Acre, ao final de 2024 e 2025.

Em 2025, o setor privado ocupou 149 mil trabalhadores, dos quais 58 mil sem carteira assinada
Em detrimento da queda em outros setores, o setor privado absorveu mais de 26 mil novos empregos no período, um aumento de 21,1%. O segundo maior crescimento foi no segmento de trabalhadores domésticos, com 2 mil a mais — um crescimento de 10,5% — seguido pelos trabalhadores do setor público, com 3 mil novos postos, crescimento de 4,3%.
Na tabela abaixo constam a população com mais de 14 anos ocupada, por setor e categoria do emprego no trabalho principal.

Registra-se, no período, uma queda de 6,1% no número de trabalhadores por conta própria (autônomos), que passaram de 82 para 77 mil.
Como pode ser verificado na tabela a seguir, se, por um lado, cresceu o número de empregos gerados em 2025, por outro, a maior parte dos contratados não possui carteira assinada ou está vinculada a empresas sem CNPJ — ou seja, no setor informal.
Essa constatação é feita ao calcularmos a taxa de informalidade, que passou de 44% para 45,5%, indicando que, dos 25 mil novos contratados, 16 mil foram para o setor informal.
A posição na ocupação que apresentou o maior crescimento entre os informais foi o setor privado (exceto os trabalhadores domésticos), que cresceu 52,6%, seguido pelos empregadores (50%) e pelos trabalhadores domésticos (6,25%). De 2024 para 2025, o crescimento dos informais foi de 11,6%, passando de 137 mil para 153 mil. A boa notícia é a queda dos trabalhadores conta própria (autônomos). Os números mostram que 5 mil saíram da informalidade (11,7%).
Com um caráter informativo, a taxa de informalidade para o Brasil foi de 38,0% da população ocupada. As maiores taxas ficaram com Maranhão (58,4%), Pará (57,5%) e Piauí (54,6%) e as menores, com Santa Catarina (25,3%), Distrito Federal (28,2%) e São Paulo (29,3%).

Empregos na construção cresceram 15,8% e empregam 22 mil trabalhadores, em 2025
Na tabela a seguir, constam os dados das ocupações por setores da economia. O maior crescimento em um ano foi observado na construção, que cresceu 15,8%. O segundo maior crescimento foi no comércio, com 10,2%. Em seguida vieram: serviços (9,4%), setor primário (5,9%), administração pública (5,1%) e indústria (4%).

Pelos dados de 2025, os 340 mil trabalhadores ocupados estão distribuídos nos seguintes setores: serviços (31,3%); administração pública (24,4%); comércio (19,3%); indústria e construção (14,2%) e agricultura, pecuária e produção florestal (10,7%).
Com isso, percebe-se que o setor privado (incluindo os trabalhadores domésticos, os trabalhadores familiares auxiliares, os empregadores e os conta-própria) ocupa mais de 75% da força de trabalho ocupada no Acre.
Renda média vai a R$ 2.678,00. Massa de rendimentos mensais cresce 9,7% e chega a R$ 879 milhões.
Por fim, a média anual do rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 2.678,00, um crescimento de 1,2% em comparação ao registrado no início de 2024. Estimada em R$ 879 milhões, a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos no Acre registrou crescimento em relação ao primeiro trimestre de 2025 (R$ 801 milhões), um aumento de 9,7%.
Ainda são 30 mil desempregados e 21 mil desalentados no Acre. Mas os números são bons. O PIB brasileiro em alta, ajuda muito ao mercado de trabalho. Os investimentos do governo estadual e dos governos municipais, podem melhorar ainda mais o cenário para a força de trabalho acreana.
Orlando Sabino escreve às quintas-feiras no ac24horas.
Fonte: ac24horas.com