Na noite do último sábado (19), uma mulher foi detida pela Polícia Militar após simular ter sido vítima de tentativa de feminicídio, quando, na verdade, havia agredido o próprio ex-marido, que é deficiente visual. O caso aconteceu na rua 07, no Conjunto Aroeira, bairro Calafate, em Rio Branco (AC).
A ocorrência foi inicialmente atendida após acionamento via 190 pelo Centro de Operações da Polícia Militar (COPOM), que relatava uma possível tentativa de feminicídio. Diante da gravidade das informações, diversas viaturas da Polícia Militar e da Polícia Civil foram deslocadas até o local.
Ao chegar à cena, os policiais encontraram Francirene Mendonça de Oliveira, de 43 anos, caída em via pública, com um ferimento contuso na cabeça. Ela alegou ter sido agredida pelo ex-companheiro, José Francisco Sales de Oliveira, de 46 anos, com uma garrafa de vidro. No entanto, o relato foi rapidamente contradito por testemunhas, incluindo a filha de José Francisco e a própria irmã de Francirene.
De acordo com a versão apurada pelos policiais, Francirene havia ingerido bebidas alcoólicas em uma casa próxima, onde se envolveu em uma discussão e foi expulsa do local. Transtornada, dirigiu-se à casa do ex-marido, onde iniciou uma briga que evoluiu para agressão física. José Francisco, mesmo com deficiência visual total, conseguiu se defender após ser atingido com uma garrafa. No confronto, Francirene também foi ferida e deixou o local alegando ter sido vítima de tentativa de homicídio.
Duas ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram acionadas para prestar socorro. Francirene foi levada à UPA da Sobral, medicada e liberada. Na sequência, foi encaminhada à Delegacia Especializada para prestar esclarecimentos.
Já José Francisco foi socorrido e levado ao Pronto Socorro de Rio Branco. Após atendimento e curativos, também foi conduzido à Delegacia Central de Flagrantes (DEFLA), onde registrou denúncia contra a ex-companheira.
Segundo informações da filha de José Francisco, ele perdeu a visão após contrair uma bactéria ocular enquanto cumpria pena por tráfico de drogas. Após sua libertação, passou a trabalhar como servente de pedreiro, mas o contato contínuo com substâncias químicas agravou seu quadro, levando à cegueira total.
Policiais civis da Equipe de Pronto Emprego (EPE) compareceram ao hospital para colher mais informações sobre o caso, que seguirá agora sob investigação da Polícia Civil.
Por acre68.com