Em 19 dias, mais de 320 inquéritos de violência contra a mulher são instaurados em Rio Branco

Acapital acreana, Rio Branco, registrou nos primeiros 19 dias na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) 321 inquéritos de violência doméstica, um aumento de 33% se relacionado ao mesmo período do ano passado, quando 241 casos foram registrados.

A capital acreana é a que mais registra casos de violência contra mulher no estado. Em todo o ano de 2018, a delegacia registrou 1.878 casos. A delegada responsável pela delegacia, Juliana d’Angelis, acredita que o aumento dos registro está ligado ao fato de as mulheres estarem denunciando mais.

“Infelizmente, a violência doméstica existe e muitos casos não são notificados, então, o apelo que a gente faz é que a pessoa registre a ocorrência, procure a delegacia ou os canais de denúncia para que a gente possa ter conhecimento que essa mulher está sendo violentada e procurar auxiliá-la para poder romper o ciclo da violência e o agressor ser punido pelo crime que cometeu”, explica.

A delegada enfatiza ainda que no primeiro sinal de violência é preciso que a mulher procure ajuda. Rio Branco tem delegacia especializada e nos municípios as delegacias de cada cidade dão os encaminhamentos legais a esses casos. Sem falar no 181 e no disque 100.

“A violência se inicia em graus leves, então, vem a violência psicológica, que muitas vezes a mulher nem sente que está sendo violentada, mas está com uma baixa autoestima, sofre ofensa e até ameaça. E vai aumentando a gravidade da violência até culminar com a violência física ou até mesmo o mais grave, que é o crime contra a vida”, destaca a delegada.

Por isso, é importante que a mulher consiga pedir ajuda no primeiro indício de violência.

Rede de atendimento

Em Rio Branco, a mulher ainda conta com uma rede de apoio e a Casa Rosa Mulher faz parte dele. É uma referência no acolhimento onde as mulheres têm acesso a cursos, atendimento psicológico, assistência jurídica e social.

“Quando a gente recebe as mulheres encaminhadas dessa rede de atendimento de enfrentamento à violência, como também fazemos o encaminhamento ou para o Cras [Centro de Referência de Assistência Social], para que ela possa ter um atendimento mais especial com relação à questão social ou aqui mesmo um encaminhamento interno para a área jurídica ou psicológica”, explica a coordenadora da Casa Rosa Mulher, Nádia França.

Ela vai além e destaca que essa rede de atendimento é importante para que a mulher que já denunciou o seu agressor siga e também se fortaleça nas histórias de outras vítimas que buscam ajuda.

“A pesquisa mostra que 44% dessas mulheres são, muitas vezes, o chefe da família, mas o que acontece é que essa mulher sofre uma dependência emocional desse companheiro, então, são anos e anos de abuso psicológico, onde ela tem sua autoestima diminuída”, pontua Nádia.

O convívio com outras vítimas é um incentivo para que as mulheres não repitam e não sejam levadas mais uma vez para um ambiente de violência doméstica.

“Aqui vão ter atendimento individualizado e também podem participar dos grupos terapêuticos, onde vão socializar com outras mulheres, saber que esse problema não é sofrido somente por ela. Isso, às vezes, dá um alento. Elas se sentem melhor e, muitas vezes acabam, saindo desse ciclo”, finaliza.

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