Se apenas 15% dos trabalhadores em educação estão em greve no estado do Acre, por quê a turma do governo está tão preocupada pressionando e ameaçando?
O Governo do Estado do Acre divulga nos meios de comunicação que mais de 80% das escolas estaduais estão funcionando normalmente, mesmo com a greve dos trabalhadores em educação. Segundo o secretário de Educação, Marcos Brandão afirmou em entrevista coletiva a maioria dos profissionais da rede não aderiu ao movimento do sindicato e as aulas estão em pleno funcionamento na maioria dos municípios. Uma mentira descabida. Se o movimento fosse apenas de “uns gatos pingados”, o governador através de seus coordenadores não estaria pressionando tanto pelo retorno às salas de aula e ele não estaria cancelando suas agendas nas cidades acreanas para não passar pelo enfrentamento que passou aqui em Tarauacá. Desde o início da greve, a SEE mantém o discurso de que a ampla maioria dos trabalhadores em educação estão em sala de aula e que apenas um grupo pequeno de Rio Branco aderiu a greve, mas que Tarauacá e Cruzeiro do Sul, cidades onde sempre foram mais atuantes nos movimentos grevistas, é que estão relativamente sustentando o movimento mas não teve coragem e decência de pelo menos conversar com o movimento.
Como se não bastasse, resolveu atacar a direção executiva do Sinteac Tarauacá, Raimundo Accioly e eu, com mentiras infundadas e sem relevância, para confundir as pessoas e encerrar o movimento grevista. Desde quando ingressamos no movimento sindical sempre tivemos responsabilidade com essa grande categoria, o que não é nada fácil, pois tivemos que muitas vezes enfrentar muitas pessoas. Também resolveram intensificar a informação de que é uma greve fraca, com o objetivo de criar uma falsa imagem de que o funcionamento das unidades escolares na capital está bem, sem muita resistência. Mas na contramão das informações pressionam os trabalhadores tanto permanentes como provisórios.
Se mais de 80% das unidades escolares estão em funcionamento, para que tanta preocupação e assédio moral, pressionando todos a voltar a trabalhar sem nenhuma proposta?
Estamos vivendo um momento de intensa luta pela garantia de nossos direitos e melhores condições de trabalho. É uma luta coletiva que também precisa ser apoiada pela sociedade de uma forma geral.
Escrito por José Eurico de Lima Paz
Presidente do Sinteac em Tarauacá